Sheila Taormina. Uma mulher com bicho de carpinteiro
Estreou-se em Jogos Olímpicos em Atlanta-1996. Conquistou uma medalha de ouro e gostou tanto da experiência que fez questão de repetir participações até Pequim-2008. Mas só por uma vez repetiu a modalidade em que competia.
Michigan é um estado de trabalhadores incansáveis. Conhecido pela sua ligação à indústria automóvel, é visto como uma das regiões dos Estados Unidos que ajudam a fazer o coração do trabalho bater. Foi lá que Sheila Taormina nasceu, a 18 de março de 1969.
Como tantas outras crianças norte-americanas, escolheu um desporto, demonstrou qualidade e acabou por especializar-se: a natação. Esta foi a semente que não parou de dar frutos no resto da sua vida e marcou cada nova aventura.
Pela Universidade da Geórgia apresentou-se ao mundo e garantiu a qualificação para os Jogos Olímpicos de Atlanta. Não podia ser mais perfeito. A nadar ao lado da universidade, integrou a equipa das estafetas dos 4x200 metros livres que conquistou a medalha de ouro com um novo recorde olímpico.
Taormina tinha acabado de alcançar algo que milhões de atletas desejam por todo o mundo, mas não estava satisfeita. Sentia que precisava de algo mais e foi à procura. Soube pegar no seu talento da natação e aplicá-lo numa nova modalidade que ia garantir a estreia nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000: o triatlo.
Na Austrália, Taormina nadou, pedalou e correu atrás de um sexto lugar na final, longe das medalhas mas saboroso o suficiente para a manter interessada nesta modalidade por mais alguns anos. Em 2004, já depois de se sagrar campeã mundial de triatlo na Madeira, repetiu pela primeira vez uma presença olímpica na mesma modalidade. Desta vez, o resultado foi sensaborão: 23.º posto.
Estava agora pronta para uma nova mudança. Se em 1996 se tinha limitado a nadar e em 2000 tinha passado de uma para três especialidades, em 2008 surgiu em Pequim com… cinco. Isso mesmo: o pentatlo moderno foi o desafio que se seguiu – e o último na sua carreira -, contribuindo para que entrasse na história como a primeira mulher a apurar-se para três modalidades diferentes em Jogos Olímpicos.
O resultado, mais uma vez, esteve longe das medalhas (19.ª), mas a história de Taormina já estava escrita. Era a de uma mulher com bicho carpinteiro que não se contentava com pouco. Foi uma sorte não ter voltado em 2012 para competir no heptatlo.