Rob Tallas. Assinar contrato à pressa durante o jogo… e não entrar
Nunca é tarde para jogar na NHL novamente. Rob Tallas, treinador de guarda-redes dos Florida Panthers, tinha 41 anos quando, em março de 2015, esteve a poucos segundos de regressar a uma liga na qual tinha atuado pela última vez em 2001.
Assinou um contrato de emergência, chegou a acordo para o salário (uns palpitantes 500 dólares) e apareceu equipado no banco. Mas depois, afinal, já não houve oportunidade. A história conta-se através de uma sucessão de infortúnios para a equipa da casa na receção aos Toronto Maple Leafs.
Roberto Luongo, o habitual guarda-redes titular, lesionou-se durante o primeiro período depois de ter sido atingido por um remate e teve de ser substituído por Al Montoya. Só que a alternativa também não estava nas melhores condições físicas, como se começou a notar durante um segundo período.
O encontro foi interrompido duas vezes, com Montoya a continuar em cena, mas os Panthers não perderam um segundo para encontrar uma solução. Os jogadores de campo Scotti Upshall e Derek McKenzie ofereceram-se mas a escolha estava no banco, mesmo que sem equipamento.
Ele mesmo, Rob Tallas, o treinador que exatamente dois anos antes tinha passado por uma experiência semelhante. Na altura, chegou mesmo a aquecer antes do encontro num dia em que ninguém sabia do guarda-redes titular – sim, no desporto profissional também há quem chegue tarde à convocatória.
O regulamento da NHL não impede estas situações. No caso, a liga aceitou o pedido com caráter de urgência para registar um contrato de última hora com o nome de Rob Tallas. Até a remuneração ficou acordada – 500 dólares. Muito longe dos 4,5 milhões de Luongo (para toda a época) e do milhão de Al Montoya.
Quando Tallas apareceu no banco já equipado – o regulamento garante que um terceiro guarda-redes «deverá ter o direito de um tempo razoável para se equipar, além de dispor de dois minutos para o aquecimento» – a oportunidade tinha terminado. Roberto Luongo, que chegou a ser filmado no pavilhão sem equipamento, sacrificou-se para jogar os últimos nove minutos do terceiro período, numa altura em que o marcador registava um empate a dois golos.
Tallas ficou no banco depois de ter assinado o contrato à pressa e o treinador Dale Tallon não foi obrigado a utilizá-lo. «É uma situação rara, que não acontece muitas vezes. Estivemos em constante comunicação com a liga para garantir que estava tudo legalizado e poderia ser utilizado», disse o técnico da equipa, que acabou por perder 2-3.
A carreira na NHL de Rob Tallas não voltou a ter aventuras deste género e o verdadeiro adeus continuou a ser durante a temporada de 2000/2001, ao serviço dos Chicago Blackhawks. Fez 12 jogos, ganhou dois, perdeu sete e sofreu um total de 35 golos. Mas ao menos nunca teve de se equipar à pressa… para nem sequer entrar no rinque.