Pierre de Coubertin. Quando a medalha de ouro saiu à casa
Especial Jogos Olímpicos (Estocolmo-1912)
Os Jogos Olímpicos nem sempre foram exclusivamente de desporto. Em 1912, nas competições de arte, o título na categoria de literatura foi entregue ao… presidente do Comité Olímpico Internacional, o barão Pierre de Coubertin, pelo poema «Ode ao Desporto».
É o pai do movimento olímpico e foi o segundo homem a tomar posse na presidência da organização, mas os testemunhos de que era alguém com uma personalidade volátil e pouco profissional (no sentido específico do desportivismo) não são raros.
Em 1912, em Estocolmo, o barão Pierre de Coubertin deu nas vistas e foi para casa com uma medalha de ouro. Não, o pai dos Jogos Olímpicos modernos não era atleta, muito menos com 49 anos. Mas beneficiou do facto de ter sido criada uma componente extra para premiar artistas e decidiu concorrer na prova de literatura com um poema intitulado «Ode ao Desporto».
A estreia desta faceta promoveu a imortalidade de Walter Winans – o primeiro atleta da história a ganhar medalhas em modalidades (tiro em 1908) e artes (escultura em 1912) -, mas também abriu espaço para que Georges Hohrod e Martin Eschbach, a representar a Alemanha, vencessem a medalha de ouro na literatura.
E quem eram mesmo Hohrod e Eschbach? Nada mais nada menos do que dois pseudónimos de Pierre de Coubertin. Por muito que o objetivo fosse esconder a verdadeira autoria da ode, a medalha de ouro saiu à casa e premiou quem tudo tentou fazer para tirar o olimpismo da gaveta.