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É Desporto

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23 de Agosto, 2021

Pál Szekeres. Da glória olímpica à paralímpica

Rui Pedro Silva

Pál Szekeres

É cada vez menos invulgar um atleta competir nos Jogos Paralímpicos depois de ter estado nos Olímpicos. Em 1984, em Los Angeles, houve até uma neozelandesa que fez o contrário. Depois de competir na edição paralímpica de Arnhem em 1980, Neroli Fairhall conseguiu o apuramento para Jogos Olímpicos e, em cima de uma cadeira de rodas, competiu no tiro com arco.

Uns anos depois, Pál Szekeres, da Hungria, elevou ainda mais o patamar histórico. Comecemos nos Jogos Paralímpicos de Seul, em 1988. Podia ter sido apenas mais uma edição como tantas outras: na prova por equipas de florete, a União Soviética venceu a medalha de ouro, a República Federal da Alemanha foi prata e Hungria ficou com o bronze. Ao pódio foram Zsolt Érsek, István Szelei, István Busa, Róbert Gátai e… Pál Szekeres.

Com 23 anos, à beira de cumprir os 24, Szekeres não seria a última bolacha do pacote desportivo húngaro mas estava longe de imaginar como seria o próximo ciclo olímpico. Em 1991, a apenas um ano de Barcelona, viu-se envolvido num acidente de autocarro que o atirou para uma cadeira de rodas.

O desporto nunca deixou de ser uma possibilidade e a passagem da esgrima para a esgrima em cadeira de rodas foi feita sem sobressaltos. Logo em Barcelona-1992 escreveu o primeiro capítulo de história e foi campeão paralímpico na prova individual de florete. Por esta altura, já era o primeiro – e único até agora – atleta a juntar uma medalha nos Jogos Olímpicos aos Paralímpicos.

Mas a glória estava longe de chegar ao fim. Ainda em Atlanta foi campeão individual de sabre e depois juntou medalhas de bronze nas três edições seguintes: florete individual em Sydney-2000, sabre individual em Atenas-2004 e florete individual em Pequim-2008.

O fim da carreira chegou com três títulos paralímpicos, três medalhas de bronze paralímpicas e um bronze olímpico num espaço de vinte anos. Pelo meio, foi acumulando posições de importância governamental na Hungria, como o de secretário de estado adjunto do Ministro das Crianças, Juventude e Desporto ou o de membro do Comité Presidencial da Federação Internacional de Esgrima em Cadeira de Rodas. Szekeres desenvolveu também um programa para garantir iguais oportunidades no desporto para pessoas com deficiências.