Oscar Swahn. Ser campeão olímpico aos 64 anos
Especial Jogos Olímpicos (Estocolmo-1912)
Nunca é tarde para ganhar. Pelo menos foi esse o espírito com que o sueco Oscar Swahn, nascido a 20 de outubro de 1847, brilhou em três edições diferentes dos Jogos Olímpicos. A disparar em casa, em Estocolmo-1912, o atirador estabeleceu o mais importante dos seus recordes: é, ainda hoje, e provavelmente para sempre, o campeão olímpico mais velho da história.
Londres-1908, com dois títulos olímpicos conquistados no tiro quando já tinha 60 anos, foi o primeiro evento em que Oscar Swahn se notabilizou, mas a verdadeira história só se escreveu quatro anos depois. Primeiro, porque em Londres foi ofuscado por alguém ainda mais velho do que ele: Joshua Millner, britânico, tornou-se então o mais velho de sempre a ser campeão olímpico com 61 anos.
Nascido a 5 de julho de 1847 (sem confirmação, provavelmente o atleta e campeão olímpico com a certidão de nascimento mais antiga da história dos Jogos Olímpicos da era moderna), Millner chegou antes de Oscar Swahn (20 de outubro de 1847). Mas o sueco prolongou o seu estado de graça.
Estocolmo foi verdadeiramente importante para a família Swahn. O “velho” da família contribuiu com a fatia mais importante na prova coletiva de «tiro ao veado a 100 metros», mas no grupo sueco também havia outro Swahn: o filho Alfred, que conquistou um total de nove medalhas olímpicas entre 1908 e 1924.
Oscar era um pai orgulhoso. E, ao mesmo tempo, tinha motivos para ter orgulho de si mesmo. Depois de estabelecer o recorde, que ainda perdura, de campeão olímpico mais velho (64 anos e 258 dias), voltou em Antuérpia-1920 para se consagrar como o medalhado mais velho da história (já com 72 anos).
O fim da carreira de Swahn coincidiu praticamente com o fim da vida. Em 1924 ainda estava vivo para ver o filho Alfred vencer duas medalhas de bronze em Paris, mas acabou por morrer antes dos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928. Curiosamente, o filho já não participou nessa edição e morreu apenas três anos depois, a 16 de março de 1931, com 51 anos.
A tradição familiar morreu com eles mas para trás ficaram seis medalhas de ouro, quatro de prata e cinco de bronze.