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É Desporto

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18 de Maio, 2020

Neroli Fairhall. A primeira paraplégica nos Jogos Olímpicos

Rui Pedro Silva

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Um acidente de mota aos 22 anos mudou radicalmente a vida da atleta da Nova Zelândia. Depois de se estrear em Jogos Paralímpicos em 1972, no atletismo, dedicou-se ao tiro com arco e, já como campeã dos Jogos da Commonwealth, fez história ao participar em Los Angeles-1984.

As melhores narrativas olímpicas são, quase sempre, histórias de superação. Gente que não desistiu, que encarou as adversidades e conseguiu sair por cima. O caso de Neroli Fairhall não é diferente. Atleta na Nova Zelândia, perdeu o controlo do corpo da cintura para baixo depois de um grave acidente de mota, em 1966.

A motivação para o desporto não diminuiu e seis anos depois apareceu pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos de 1972, em Heidelberg, curiosamente a competir no atletismo. Repetiu participações em 1980, 1988 e 2000, mas foi nos Jogos Olímpicos, em 1984, que fez verdadeiramente história.

A neozelandesa, nascida a 26 de agosto de 1944, percebeu que a sua condição não tinha de ser uma dificuldade em todas as modalidades olímpicas por isso decidiu apostar no tiro com arco. Durante anos, trabalhou intensamente para conseguir competir entre a elite e, depois de ganhar os Jogos da Commonwealth em 1982, abriu caminho para fazer história ao tornar-se a primeira atleta paraplégica a competir nos Jogos Olímpicos.

Não foi fácil. Fairhall já tinha demonstrado o seu talento, mas a concorrência, sobretudo asiática, era demasiado forte. Historicamente forte, aliás. Por isso, não foi de estranhar que tenha terminado na 35.ª posição.

Quando tinha sucesso, os jornalistas perguntavam-lhe, com alguma insistência, se o facto de competir em cadeira de rodas não poderia ser uma vantagem. A resposta era bem disposta: «Não sei, nunca experimentei atirar de pé».