Marit Bjoergen. A rainha dos Jogos Olímpicos de Inverno
Norueguesa conquistou medalhas nas cinco provas que disputou em PyeongChang e tornou-se a atleta com mais pódios (15) na história dos Jogos Olímpicos de Inverno. Chave de ouro foi o título na prova que fechou a edição da Coreia do Sul (30 quilómetros de cross-country).
Viciada na competição
Marit Bjoergen tinha sete anos quando vislumbrou o que o futuro lhe reservava pela primeira vez «Foi quando percebi que gostava de levar isto mais a sério», disse, recordando a estreia numa prova de cross-country.
A história é igual a tantas outras. Os pais gostavam de ir esquiar e um certo dia decidiram que a filha já tinha idade suficiente para ir com eles. «Gostei desde o início, adorava estar no meio das montanhas.»
As sementes estavam lançadas e Marit ia a caminho de conquistar um lugar na história. Com a estreia em provas da Taça do Mundo a acontecer em 1999, os Jogos Olímpicos apareceram na sua vida em 2002, em Salt Lake City, com 21 anos. Estava longe de ser a atleta que é hoje, mas conseguiu conquistar a primeira medalha: prata na estafeta por equipas.
Quatro anos depois, em Turim, as expetativas eram mais elevadas mas a norueguesa foi traída pela saúde. A sofrer de uma bronquite, foi obrigada a desistir da prova de skiathlon com dores no estômago provocadas pelos antibióticos que estava a tomar.
Mais uma vez, acabaria por conseguir uma medalha de prata (prova individual de dez quilómetros), mas o balanço geral foi uma desilusão, especialmente por ter ficado à porta do pódio na estafeta (5.º posto) e no sprint por equipas (4.º).
Com Turim para trás, começou a preparar Vancouver com afinco e a fazer valer o seu mote: «Não te podes limitar a ir para uma corrida a pensar em colecionar vitórias. Tem de haver muita preparação, muita concentração e muito trabalho árduo para conseguir ganhar».
Dama de Ferro a fazer jus ao nome
A Dama de Ferro, alcunha que ganhou entretanto, mostrou que leva estas palavras muito a sério. Participou em cinco provas nos Jogos Olímpicos do Canadá em 2010 e… venceu cinco medalhas, três delas de ouro.
Tinha 29 anos, era campeã olímpica pela primeira vez e parecia estar apenas no início. Oito anos depois, em PyeongChang, Marit chegou com dez medalhas no bolso e com a perspetiva de fazer história, podendo superar o compatriota Ole Einar Bjoerndalen, recordista de medalhas em Jogos Olímpicos de Inverno (13).
A idade não a afetou. Os 37 anos foram iguais aos 29, com Bjoergen a vencer mais uma vez cinco medalhas olímpicas em cinco provas, embora desta vez tenha conquistado apenas dois títulos.
O último dia foi perfeito para coroar Marit Bjoergen como rainha dos Jogos Olímpicos de Inverno. Com 14 medalhas, a norueguesa já tinha o recorde, mas fez questão de somar mais um título olímpico (o oitavo da carreira) na última prova do evento, a dos 30 quilómetros.
Ela, que já se tinha tornado a campeã olímpica mais velha na história do cross-country em Sochi-2014 (33 anos e 324 dias), elevou ainda mais a fasquia e consolidou-se como uma das melhores atletas da história – Verão e Inverno. Apenas Michael Phelps (28 na natação) e Larisa Latynina (18 na ginástica) têm mais medalhas conquistadas em Jogos Olímpicos.
E, já agora, especialmente depois da história de Ole Einar Bjoerndalen e Darya Domracheva, que têm 19 medalhas olímpicas em casa, Bjoergen também não está nada mal em casa: o companheiro Fred Borre Lundberg foi campeão olímpico duas vezes no combinado nórdico – uma em Lillehammer-1994 e outra em Nagano-1998.