Hóquei no gelo. Quando um Mundial pode ser ganho pela Europa
Prova organizada pela NHL começou com oito equipas: seis são de países como Canadá, Estados Unidos ou Suécia, mas outras duas obrigam a uma seleção mais vasta. Uma delas, a seleção da Europa, foi ultrapassando obstáculos e vai disputar o título com os favoritos canadianos.
Liberdade criativa
O exercício não é novo para quem acompanha as fases finais de futebol que envolvem Portugal. A cada dois anos, a imprensa portuguesa e internacional gosta de fazer uma seleção com os restos, com os melhores jogadores das equipas que ficaram de fora.
Mas não passa de um esboço, uma liberdade criativa para demonstrar onze grandes jogadores que ficaram de fora, muito por culpa de não terem uma seleção suficientemente forte. Ora, a NHL decidiu dar um passo em frente e fez isso mesmo no World Cup of Hockey.
Desde 17 de setembro, no Canadá, oito equipas estão a disputar a terceira edição da prova: Canadá, República Checa, Finlândia, Rússia, Suécia, Estados Unidos… Europa e Sub-23 da América da Norte.
Contextualização
Verdade seja dita, o World Cup of Hockey não é o “verdadeiro” Mundial, como o Mundial da FIFA está para o futebol. Acaba por ser uma prova paralela, criada pela NHL na década de 1970 para ultrapassar algumas das limitações que a Federação Internacional de Hóquei no Gelo (IIHF) colocava na inscrição de jogadores, como acontecia com os profissionais, por exemplo.
Começou por chamar-se Canada Cup (de 1976 a 1991) mas evoluiu para World Cup of Hockey. A periodicidade não é o seu ponto forte, apesar de os organizadores estarem motivados para dar uma nova vida à competição.
A primeira edição foi em 1996, ganha pelos Estados Unidos, e a segunda, conquistada pelo Canadá, teve lugar oito anos depois, em 2004. Agora, em 2016, chegou finalmente a terceira edição, com a promessa de uma quarta já em 2020.
Europa surpreendente
Com quatro seleções europeias em prova (República Checa, Finlândia, Rússia e Suécia), a seleção da Europa é composta pelos melhores jogadores dos restantes países do Velho Continente.
Feitas as contas, entre os 23 jogadores, há seis da Alemanha, seis da Eslováquia, quatro da Suíça, três da Dinamarca, um de França, um da Eslovénia, um da Áustria e um da Noruega.
Entre as figuras estão o eslovaco Zdeno Chara, o alemão Dennis Seidenberg, o austríaco Thomas Vanek e o esloveno Anze Kopitar (capitão). O melhor pontuador até agora, ainda assim, é o norueguês Mats Zuccarello, com um golo e três assistências.
Ao contrário de outras, esta união europeia está a dar resultados e garantiu um lugar na final da competição disputada a três jogos, que começa esta madrugada no Canadá.
Na fase de grupos, somou duas vitórias (EUA por 3-0 e Rep. Checa por 3-2, no prolongamento) e uma derrota (1-4 contra o Canadá). Na meia-final, bateu a Suécia e garantiu a presença inédita nos jogos de atribuição do título.
Só mais uma coisa: antes de cada jogo, não há espaço para um hino especial, apenas a enumeração dos elementos que compõem a equipa.
RPS