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É Desporto

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11 de Abril, 2019

F1 900. O nascimento da hegemonia da Mercedes

Rui Pedro Silva

Uma imagem muitas vezes repetida em 2014

Foi preciso esperar até 2014 para a Mercedes ganhar o primeiro título mundial de uma construtora alemã na Fórmula 1. Equipa de Lewis Hamilton e Nico Rosberg explorou da melhor forma as mudanças radicais na competição, com a introdução de unidades híbridas, e conseguiu, no Bahrain, no 900.º Grande Prémio da história da prova, a segunda de onze dobradinhas durante a época.

 

A temporada de 2014 provocou uma mudança radical no equilíbrio de forças na Fórmula 1. A Red Bull e Sebastian Vettel entraram como tetracampeões mas ninguém duvidava de que o tabuleiro ia estar completamente aberto. Quando o Grande Prémio da Austrália chegou, em março, a incógnita era tão grande que muitos acreditavam que poderia haver um recorde de desistências.

 

No meio da incerteza, a Mercedes emergiu e partiu para o início de uma hegemonia que ainda resiste. A dupla composta por Lewis Hamilton e Nico Rosberg dominou a Fórmula 1 como quis e a escuderia alemã aproveitou para conquistar o primeiro título de Mundial de Construtores da sua história. Para trás, ficavam os domínios britânicos, italiano, francês e austríaco.

 

No Grande Prémio do Bahrain, disputado a 6 de abril, já não havia muitas dúvidas sobre a superioridade alemã. Rosberg tinha vencido na Austrália, Hamilton na Malásia e a não havia o menor indício de que a situação se iria inverter. Era certo que o britânico tinha desistido na prova inaugural, mas os problemas de fiabilidade não seriam mais do que um pequeno grão de areia na engrenagem germânica.

 

O panorama global é esmagador: a Mercedes conquistou 18 pole positions nas 19 corridas da temporada: só falhou na Áustria, para o brasileiro Felipe Massa da Williams. Rosberg e Hamilton dividiram ainda 16 vitórias e 12 voltas mais rápidas.

 

No Bahrain, a dupla conseguiu exercer mais uma prova desta superioridade. Nico Rosberg foi o mais rápido da qualificação – com mais de um segundo de vantagem sobre o piloto que saiu do terceiro lugar da grelha (Valtteri Bottas) – e fez a volta mais rápida do Grande Prémio. Mas a vitória sorriu a Lewis Hamilton, numa corrida muito disputada e com pouco mais de um segundo de vantagem sobre o colega de equipa.

 

A Ferrari estava a anos-luz do seu desempenho, tal como a Red Bull. Mesmo a Williams, que tinha começado bem a temporada, vacilou no Bahrain, e acabou por ser o Force India de Sergio Pérez a garantir o último lugar do pódio.

 

Estavam disputadas apenas três corridas mas os sinais estavam todos lá. Rosberg liderava com 61 pontos, seguido do futuro campeão Lewis Hamilton (50). O melhor não-Mercedes era Nico Hülkenberg, com 28 pontos. Na luta dos construtores, a diferença era ainda mais retumbante: Mercedes disparava com 111 pontos, «seguida» (entre aspas porque não passa de um eufemismo), da Force India, com 44.

 

As dúvidas sobre a futura hegemonia da Mercedes morreram na península arábica. Foi a 900.ª corrida na história do Mundial de Pilotos da Fórmula 1 e marcou, de forma perfeita, a toada para o centenário que termina esta semana na China. Como será a partir de agora: mais do mesmo ou poderá Leclerc dar um novo ânimo à Ferrari? As próximas 100 corridas têm a palavra.