F1 100. A última vitória de Stirling Moss
Britânico conquistou o 16.º e último triunfo na Fórmula 1 da sua carreira no Grande Prémio da Alemanha em 1961. Mais do que pelo feito do piloto da Walker Racing Team, a prova ficou famosa por ter sido a centésima corrida da história.
A incógnita que era a Fórmula 1 a 13 de maio de 1950, quando Giuseppe Farina venceu em Silverstone, já fazia parte do passado. O mundo tinha mais estabilidade e já ninguém duvidava do impacto da categoria-rainha do automobilismo.
Farina tinha conseguido completar a vitória na estreia com o primeiro título e o argentino Juan Manuel Fangio assumira-se como a maior vedeta do circuito, com cinco campeonatos, quatro deles consecutivos. No virar da década, a tendência era de crescimento e os pilotos anglófonos ganhavam cada vez mais destaque.
Um deles era Stirling Moss. O inglês corria na Fórmula 1 desde 1951 e estava à beira do final da carreira nesta categoria. Conhecido como o melhor piloto da história a nunca ter sido campeão, talvez tenha encontrado motivação para escrever um capítulo especial ao conquistar o centésimo Grande Prémio.
Nurburgring recebeu a sexta e antepenúltima corrida da temporada. A consistência de Phil Hill estava a ser a tendência do ano (nas cinco provas anteriores, ganhara uma, fizera três pódios e registara a pole position em quatro) mas era o colega de equipa Von Trips que liderava o Mundial, muito à custa de dois triunfos e de um segundo lugar.
Na Alemanha, em agosto, Phil Hill voltou a estar em excelente plano, registando o tempo mais rápido da qualificação. Stirling Moss, pelo contrário, teve mais dificuldades e foi obrigado a sair da segunda linha da grelha.
Quando foi hora de acelerar, o britânico não deu hipótese, saltou para a liderança e venceu a corrida, estando na frente durante todas as 15 voltas ao circuito de quase 23 quilómetros. Mais de duas horas depois, o Lotus-Climax de Moss apareceu com 21,4 segundos de vantagem sobre o alemão Wolfgang von Trips e 22,5 segundos sobre Phil Hilll.
Von Trips, ao volante de um Ferrari, garantiu o título de construtores para a marca italiana, consolidou a liderança do Mundial e… deixou uma marca decisiva: foi o último Grande Prémio que concluiu (cinco semanas mais tarde, a 10 de setembro, em Monza, conseguiu a pole position mas morreu após colidir com o Lotus de Jim Clark. Na altura, tinha quatro pontos de vantagem sobre Hill).
O bicampeão em título, Jack Brabham, sofreu um acidente logo na primeira volta em Nurburgring e não conseguiu pontuar, perdendo de vez as possibilidades matemáticas de alcançar o tricampeonato.
Para Moss, foi uma espécie de adeus ingrato. Foi importante vencer a centésima corrida, naquela que foi a sua última vitória, mas os Grandes Prémios seguintes não trouxeram grandes motivos para sorrir. A inconsistência voltou a ser a sua imagem de marca e foi forçado a desistir em Monza e em Watkins Glen.
A falta de concorrência – desistências de Moss e morte de Von Trips – garantiu o título a Phil Hill na penúltima corrida, não precisando sequer de correr em casa, nos Estados Unidos (nem poderia, uma vez que a Ferrari decidiu não viajar para a última prova depois da morte do alemão). Foi o primeiro norte-americano a vencer o Mundial, feito que só viria a ser replicado por Mario Andretti, em 1978.