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É Desporto

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13 de Fevereiro, 2022

Erin Jackson. De fora dos Jogos ao título olímpico

Rui Pedro Silva

Erin Jackson

Erin Jackson não devia nada a ninguém. A norte-americana era a maior figura entre as atletas dos Estados Unidos mas teve um percalço e desperdiçou a oportunidade de garantir a presença nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim ao terminar na terceira posição dos trials norte-americanos.

A afro-americana de 29 anos era a líder do ranking mundial e seria a maior ameaça dos Estados Unidos ao triunfo em Pequim mas por causa de um azar ia ficar de fora. Acontece. Faz parte do sistema de qualificação de um país que tem mais candidatos a medalhas na natação, atletismo, ginástica e praticamente todas as grandes modalidades de renome do que qualquer outro país que surja no topo do medalheiro ano após ano.

Erin Jackson já tinha tirado a cabeça de Pequim mas a sua heroína, Brittany Bowe, não ia pactuar com aquilo que considerou ser uma injustiça. Por isso ligou a Erin e anunciou que, apesar de ter vencido a prova de qualificação, decidira abdicar da vaga.

«Só a iniciativa que teve para fazer isto por mim é fantástico. Estou incrivelmente grata. Ela é uma pessoa fantástica, faz-me sentir pequena», confessou Erin Jackson.

Brittany Bowe teve uma boa intenção mas o futuro acabou por tirar algum do brilho à decisão. Os lugares de apuramento foram recalculados pela federação internacional e os Estados Unidos tiveram direito a uma terceira vaga, por isso Bowe foi mesmo até Pequim para lutar pela medalha de ouro.

Não conseguiu. Bowe terminou na 16.ª posição e até terminou à frente da sua compatriota Kimi Goetz, mas perdeu exatamente um segundo para a nova campeã olímpica: Erin Jackson, precisamente.

Erin Jackson começou a competir em 2017 e tinha o sonho de fazer a diferença nos Jogos Olímpicos, não apenas por ela mas por toda a comunidade afro-americana. «Já me apercebi da forma como as pessoas olham para quem é parecido consigo, sobretudo ao nível do que consideram que acabarão por ser capazes de fazer. Por isso, quando olham para os Jogos Olímpicos ou para a patinagem, é provável que não vejam nenhuma minoria representada».

«Estou determinada em ser uma das pessoas que as futuras gerações possam olhar para se sentirem representadas e perceberem que também poderão chegar lá», afirmou.

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