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É Desporto

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12 de Janeiro, 2018

Eric Heiden. A passagem meteórica pelos Jogos Olímpicos

Rui Pedro Silva

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Chegou, viu, venceu tudo e foi à vida dele. Com cinco títulos olímpicos e cinco recordes olímpicos em 1980, norte-americano desapareceu da patinagem de velocidade e repareceu, anos mais tarde, a disputar o Tour e o Giro. Depois disso, ainda trabalhou com as equipas de Sacramento da NBA (Kings) e WNBA (Monarchs). Como... cirurgião ortopédico. 

 
Dono na pista de gelo
 
Cirurgião ortopédico, antigo ciclista de estrada e de pista, antigo atleta de patinagem de velocidade. Eric Heiden é, hoje, tudo isto. Mas em 1976, quando o americano se estreou nos Jogos Olímpicos em Innsbruck, aos 17 anos, o seu foco era apenas a pista de gelo.
 
Duas semanas antes do início dessas olímpiadas, Heiden bateu o primeiro dos 15 recordes mundiais que viria a deter, numa carreira que não ultrapassou os cinco anos. Foi em Madonna di Campiglio que estabeleceu um novo máximo mundial júnior nos 1500 metros, com 2.02,75 minutos, e começou a dar nas vistas.
 
Em Innsbruck, foi sétimo nos 1500 metros e 19.º nos 5000 metros. Nos três anos seguintes, arrecadou o título de campeão mundial all around (e de sprint) de patinagem de velocidade e marcou o seu nome como um dos a seguir nas olimpíadas de Lake Placid.
 
Se nessa altura já tivesse a legião de admiradores que hoje é indiscutível, não foi em fevereiro de 1980 que Heiden os desapontou. O americano participou nas cinco provas de patinagem, dos 500 aos 10 000 metros, e não só venceu cada uma delas como o fez com cinco novos recordes olímpicos. Foi o primeiro a alcançar o ouro em cinco provas individuais numa mesma edição dos Jogos Olímpicos - um feito que, até hoje, só foi igualado pelo ginasta Vitaly Scherbo, em 1992, e pelo nadador Michael Phelps, em 2008.
 
No campeonato mundial de all around desse ano, ficou em segundo lugar, atrás do holandês Hilbert van der Duim. E, tão depressa como tinha aparecido, Eric Heiden desapareceu do mundo da patinagem de velocidade.
 
Mudança de pista

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Dedicou-se, depois, ao mundo do ciclismo: primeiro em pista, chegando aos mundiais de Brno, em 1981, e alcançando um nada espetacular 19.º e último lugar na prova de perseguição individual. Na estrada, foi capitão e um dos primeiros membros da equipa 7-Eleven Cycling Team, fundada por Jim Ochowicz - seu antigo treinador na patinagem de velocidade.

 
Em 1985 fez parte do grupo de ciclistas a correr no Giro d'Italia, e ganhou, no mesmo ano, o primeiro campeonato nacional profissional de estrada norte-americano (US National Road Race Championship). No ano seguinte, participou no Tour de France, mas sofreu uma queda a cinco dias do final da prova e foi incapaz de a concluir. 
 
Quando pendurou por fim os patins e os ténis, Heiden tornou-se cirurgião ortopédico, tendo sido o responsável médico pelas equipas de NBA e WNBA de Sacramento, nos anos 90, e depois das equipas olímpicas de patinagem de velocidade.
 
Numa vida que primou pela variedade, Eric Heiden continua a ser reconhecido sobretudo pelos seus feitos na curta carreira enquanto patinador, que lhe vale presença no Olympic Hall of Fame dos Estados Unidos desde 1983. Em 1999, foi incluído na lista de 50 Melhores Atletas do Século XX da ESPN.
SSM