Edith Bosch. Uma judoca está sempre de serviço
Holandesa demonstrou nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, que era mais do que uma simples judoca (com direito a medalha) quando decidiu fazer justiça pelas próprias mãos ao ver um espetador a atirar uma garrafa para a pista imediatamente antes da final masculina dos 100 metros de atletismo.
Edith Bosch foi uma nota de rodapé em Londres-2012 e, ao mesmo tempo, cabeçalho. O mundo acordou para a sua existência quando se preparava em peso para ver mais uma final de Usain Bolt mas, verdade seja dita, o currículo da holandesa, nascida em 31 de maio de 1980, dispensava apresentações.
Depois de se estrear em Sydney-2000, com apenas vinte anos, Bosch partiu para uma série de três edições consecutivas a terminar no pódio, na categoria de -70 quilos. Nunca foi campeã olímpica, é certo, mas teve sempre um metal para trincar.
Em 2004, em Atenas, só foi travada na final e conquistou a medalha de prata. Quatro anos depois, numa campanha que incluiu uma vitória sobre Ronda Rousey, contentou-se com o bronze. Finalmente, em Londres-2012, já com 32 anos, voltou a ficar com o terceiro lugar do pódio.
Não sendo um currículo absolutamente brilhante – há melhores no judo – não deixa de ser um resultado sensacional e ao alcance de poucos. Até porque, além dos Jogos Olímpicos, tem também um palmarés invejável em Mundiais (um ouro, uma prata e um bronze) e nos Europeus (quatro ouros, uma prata e dois bronzes).
Dito isto tudo, o que catapultou Bosch para a fama em 2012 não aconteceu num tatami mas no Estádio Olímpico. Depois de ver que um espetador atirou uma garrafa para a pista, decidiu enfrentá-lo. Deu-lhe um soco, controlou-o e entregou-o aos seguranças, para gáudio de quem assistiu à demonstração de manobras judocas aplicadas à vida real.