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É Desporto

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09 de Julho, 2020

Edith Bosch. Uma judoca está sempre de serviço

Rui Pedro Silva

Edith Bosch

Holandesa demonstrou nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, que era mais do que uma simples judoca (com direito a medalha) quando decidiu fazer justiça pelas próprias mãos ao ver um espetador a atirar uma garrafa para a pista imediatamente antes da final masculina dos 100 metros de atletismo.

Edith Bosch foi uma nota de rodapé em Londres-2012 e, ao mesmo tempo, cabeçalho. O mundo acordou para a sua existência quando se preparava em peso para ver mais uma final de Usain Bolt mas, verdade seja dita, o currículo da holandesa, nascida em 31 de maio de 1980, dispensava apresentações.

Depois de se estrear em Sydney-2000, com apenas vinte anos, Bosch partiu para uma série de três edições consecutivas a terminar no pódio, na categoria de -70 quilos. Nunca foi campeã olímpica, é certo, mas teve sempre um metal para trincar.

Em 2004, em Atenas, só foi travada na final e conquistou a medalha de prata. Quatro anos depois, numa campanha que incluiu uma vitória sobre Ronda Rousey, contentou-se com o bronze. Finalmente, em Londres-2012, já com 32 anos, voltou a ficar com o terceiro lugar do pódio.

Não sendo um currículo absolutamente brilhante – há melhores no judo – não deixa de ser um resultado sensacional e ao alcance de poucos. Até porque, além dos Jogos Olímpicos, tem também um palmarés invejável em Mundiais (um ouro, uma prata e um bronze) e nos Europeus (quatro ouros, uma prata e dois bronzes).

Dito isto tudo, o que catapultou Bosch para a fama em 2012 não aconteceu num tatami mas no Estádio Olímpico. Depois de ver que um espetador atirou uma garrafa para a pista, decidiu enfrentá-lo. Deu-lhe um soco, controlou-o e entregou-o aos seguranças, para gáudio de quem assistiu à demonstração de manobras judocas aplicadas à vida real.