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É Desporto

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25 de Julho, 2017

Dejan Bodiroga. A NBA desistiu dele... 22 anos depois

Rui Pedro Silva

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Sérvio foi selecionado pelos Sacramento Kings quando tinha 22 anos... em 1995. Só esta semana, 22 anos depois da escolha e dez anos depois de o basquetebolista ter terminado a carreira, a equipa da Califórnia decidiu renunciar aos direitos desportivos. Bodiroga não chegou a jogar na NBA.  

 

Do fundo do baú

 

O draft de 1995 não foi dos melhores da história. Longe disso. Kevin Garnett, na quinta escolha, foi a principal figura de uma lista que também contou com Rasheed Wallace e Jerry Stackhouse. A primeira escolha no draft foi Joe Smith, extremo-poste de sucesso superficial na liga e que passou por um total de 12 equipas.

 

Dos 58 jogadores selecionados nesse ano, já nenhum joga na NBA. Desses 58, oito nunca chegaram a jogar. Mas um deles manteve o sonho (a possibilidade, vá) até esta semana, dez anos depois de terminar a carreira. Falamos de Dejan Bodiroga, um dos melhores jogadores sérvios da história.

 

Os Sacramento Kings tiveram três escolhas nesse draft. Dejan Bodiroga, em 51.º, foi a última delas, depois de Corliss Williamson (13.º) e Tyus Edney (43.º). Mas, à semelhança de tantos outros casos, não deu logo o passo para a NBA. A jogar em Itália, Bodiroga por lá continuou, apesar de a equipa californiana ter mantido os seus direitos desportivos.

 

Flash forward

 

Avançamos até julho de 2017. Num podcast, um comentador lança a informação recôndita para outro. A história de um jogador europeu selecionado em 1995 e cujos direitos continuam a pertencer à equipa da NBA. Fala de Bodiroga, claro. O sérvio, agora com 44 anos, é muito mais do que um simples jogador europeu.

 

Três vezes campeão europeu de clubes (Panathinaikos em 2000 e 2002 e Barcelona em 2003), Bodiroga foi acumulando prémios individuais ao longo da carreira. Quando decidiu pôr um termo na ação em 2007, já com 34 anos, era um dos sinónimos da melhor seleção sérvia da história. Despediu-se com dois títulos mundiais (1998 e 2002), três europeus (1995, 1997 e 2001) e uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.

 

Na NBA, no entanto, não fez qualquer minuto. Hoje, com 44 anos, também já não alimenta essa expetativa. Não que o fizesse, afinal os direitos desportivos da NBA ainda pertenceram aos Sacramento Kings eram apenas um detalhe burocrático que a equipa, quiçá motivada pela rábula no podcast, decidiu resolver.

 

Curiosamente, o general manager dos Kings, responsável pela decisão, foi o antigo colega de seleção Vlade Divac. Juntos conquistaram o título europeu de 1995, a medalha olímpica de 1996 e o título mundial de 2002. Amigos como dantes, com certeza.

RPS