Dan Gable. O campeão intocável
Especial Jogos Olímpicos (Munique-1972)
A história está cheia de títulos olímpicos que não merecem qualquer contestação mas a forma como o norte-americano Dan Gable chegou à medalha de ouro na luta livre nos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, desafia qualquer concorrência: não permitiu um único ponto aos adversários em seis combates.
Há histórias olímpicas profundas, cheias de detalhe e pormenores insólitos e rocambolescos. Há outras que têm pouco para acrescentar, limitando-se a entrar no livro das estatísticas como primeiro, segundo e terceiros classificados. E depois há a história de Dan Gable.
A forma como o norte-americano venceu a medalha de ouro na prova de pesos ligeiros na luta livre em 1972 não merece grande memória hoje em dia. Não é um nome que apareça ao lado de Olga Korbut ou Mark Spitz, mas durante aquele verão, Gable talvez tenha sido o campeão menos contestado na história do desporto.
Nascido em Waterloo, no Iowa, a 25 de outubro de 1948, Dan Gable chegou aos Jogos Olímpicos de Munique com 23 anos e uma história trágica. Apenas oito anos antes tinha lidado com a morte da irmã, quatro anos mais velha, que foi violada e assassinada por um vizinho.
Gable, longe de ser uma figura imponente, com 1,75 metros e 68 quilos, não se deixou afetar e centrou a sua determinação no desporto. Quando chegou à República Federal da Alemanha, era campeão continental e mundial em título e… não deu hipótese a ninguém.
Na caminhada para a medalha de ouro, Dan Gable derrotou Safer Sali da Jugoslávia, Klaus Rost da RFA, Stefanos Ioannidis da Grécia, Kikuo Wada do Japão, Wlodzimierz Cieslak da Polónia e, finalmente, Ruslan Ashuraliyev da União Soviética. Em todos os duelos, um denominador comum: os adversários não conseguiram fazer qualquer ponto.