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É Desporto

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08 de Janeiro, 2020

Carl Schuhmann. O homem que era pau para toda a… modalidade

Especial Jogos Olímpicos (Atenas-1896)

Rui Pedro Silva

Carl Schuhmann

Conquistou quatro títulos olímpicos num total de duas modalidades diferentes (ginástica e luta greco-romana) mas ainda participou no halterofilismo e no atletismo. O atleta alemão foi, com razão, uma das maiores sensações dos Jogos Olímpicos de Atenas em 1896.

Schumann, Robert. Nascido a 8 de junho de 1810, é ainda hoje reconhecido como um dos melhores compositores na história da música. Morreu em 1856, com apenas 46 anos, mas deixou para trás um conjunto de obras imortais que ajudam a transportar a Alemanha para a elite da composição musical.

Schuhmann, Carl. Nasceu a 12 de maio de 1869 e nunca foi de grandes melodias. Até podia apreciar a música do seu quasi-homónimo mas não há referências a essa ligação. Carl tinha um talento diferente. No início da nova era olímpica, o alemão de 26 anos deixou uma marca indelével na história da competição.

O currículo fala por ele: foi campeão olímpico por equipas nas barras paralelas e na barra fixa e, individualmente, no salto de cavalo. Mas isto foi só na ginástica artística. Na luta greco-romana juntou mais uma medalha de prata (ainda não havia ouro a ser atribuído nesta altura).

O simples facto de ganhar quatro medalhas já seria suficiente para fazer dele um nome incontornável na primeira edição da era moderna. Mas Schuhmann, como já se viu, foi mais longe e fê-lo num conjunto de duas modalidades. E só não foi ainda mais além porque… não conseguiu. Mas bem tentou.

Abrindo caminho para um feito que só foi repetido mais duas vezes na história dos Jogos Olímpicos, Schuhmann participou num total de quatro modalidades olímpicas. No halterofilismo esteve muito próximo de conquistar uma medalha mas não foi além do quarto lugar. Finalmente, no atletismo, participou no lançamento do peso, no salto em comprimento e no triplo salto. O melhor que conseguiu foi um quinto lugar na última especialidade.

O rei da Grécia, Jorge I, disse-lhe, com propriedade, que Carl era então «o homem mais popular do país», apesar de essa distinção ter de ser obrigatoriamente partilhada com Spiridon Louis, o herói local que conquistou a maratona, a prova mais simbólica e desejada pela multidão.