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É Desporto

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28 de Fevereiro, 2017

#28dias28histórias - A lista completa

Rui Pedro Silva

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Fevereiro foi mês da final da Taça das Nações Africanas e de histórias no É Desporto. Desde 1 de fevereiro, publicámos um texto por dia em que o único denominador comum era o futebol africano. De Marrocos à África do Sul, da vaga de independências à influência de ditadores, recolhemos muitos detalhes sobre figuras que nem nós conhecíamos antes de começarmos a pesquisa. É altura de publicar a compilação.

 

Lista completa

 

1. Argélia. Fuga para a independência

Onze da Independência foi formado por jogadores de origem argelina que atuavam em França e abdicaram das carreiras para formar a equipa da Frente de Libertação Nacional. Juntos, defendiam o país em campos de futebol espalhados pelo mundo. 

 

2. Pierre Nkurunziza. O futebol como propaganda no Burundi

Está a cumprir o terceiro mandato presidencial, apesar da tentativa de Joseph Blatter de o fazer mudar de rumo, e faz questão de organizar jogos contra as equipas locais. Tem um estádio privado que, conta a reportagem do The Guardian, parece tirado do Championship.

 

3. Kenneth Kaunda. O pai do futebol zambiano

Presidente da Zâmbia entre 1964 e 1991, fez tudo para promover o futebol para unir o país. Em 1974, como recompensa pelo segundo lugar na CAN, enviou a seleção para a Alemanha para assistir ao Mundial.

 

4. CAN-1996. Quando a Nigéria ficou à porta por causa de Mandela

Ditadura militar de Sani Abacha foi criticada por Nelson Mandela e os nigerianos retaliaram com a ausência na Taça das Nações Africanas em 1996.

 

5. Zâmbia-1993. Uma geração de ouro mergulhada na dor

Sonho de chegar ao primeiro Mundial da sua história estava vivo e a geração era a melhor de sempre. Mas um avião defeituoso e um erro do piloto fez com que 18 jogadores perdessem a vida a caminho de Dakar. 

 

6. Uganda. No quintal obsessivo de Idi Amin

Ditador controlou o país entre 1971 e 1979. Não aceitava derrotas e visita de Pelé foi uma manobra de propaganda que combateu o Rumble in the Jungle do rival Zaire.

 

7. Steve Mokone. Um herói com facetas obscuras

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Opôs-se ao apartheid e tornou-se o primeiro sul-africano negro a atuar na Europa. Vida pós-futebol foi manchada pela prisão nos Estados Unidos numa história em que as versões ainda se contradizem, tantas décadas depois.

 

8. Ahmed Ben Bella. Do golo pelo Marselha à presidência da Argélia

Lutou com os franceses na Segunda Guerra Mundial mas sempre foi contra o colonialismo na Argélia. Antes de se tornar o primeiro presidente do seu país, marcou um golo pelo Marselha na Taça de França.

 

9. George Weah. Um Bola de Ouro que quer ser presidente

Estrela liberiana brilhou nos relvados europeus mas mudou de prioridades. Perdeu as eleições presidenciais em 2005 mas vai voltar este ano, contra todas as críticas da oposição.

 

10. Nnamdi Azikiwe. Combater os nazis foi cavalo de Tróia

Britânicos deixaram-no organizar jogos da Nigéria colonizada em época de guerra. É certo que vendia obrigações para ajudar no combate aos nazis mas verdadeiro intuito era dinamizar o movimento pela independênca.

 

11. Nigéria. A guerra civil parou para ver jogar Pelé?

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Digressão do Santos em 1969 envolta num misto de realidade e ficção. Brasileiro falou em cessar-fogo no país para os dois jogos do astro brasileiro mas a história contra outra versão.

 

12. Drogba. O apelo de joelhos para acabar com a guerra civil

Apuramento inédito para o Mundial foi o mote. De joelhos, no balneário, estrela do Chelsea falou ao coração de todo um país. E teve sucesso.

 

13. Robin Jordan. O feitiço virou-se contra o feiticeiro

Australianos foram frustrados pelas defesas do guarda-redes da Rodésia na campanha para o Mundial e recorreram a um bruxo para lançar uma maldição. Jogador saiu lesionado na primeira parte e a Austrália seguiu em frente, mas nunca houve pagamento.

 

14. Marrocos. O caminho tortuoso do primeiro apuramento

Uma eliminatória decidida num jogo de desempate e outra em que foi necessário recorrer à moeda ao ar. Mas os Leões do Atlas conseguiram entrar mesmo na história.

 

15. Zaire. A piada que não tinha assim tanta graça

Jogador sai da barreira quando árbitro apita. Jogador chuta a bola para a longe. Jogador é alvo de chacota imediata e durante décadas. Mas a piada não tinha assim tanta graça. Seleção do Zaire tinha a vida em risco.

 

16. Roger Milla. Uma história tão velha quanto ele

Despediu-se da carreira internacional em 1988 com quase cem mil pessoas nas bancadas, mas um telefonema do presidente mudou tudo em 1990.

 

17. O boicote africano ao Mundial-1966

Havia cada vez mais federações africanas mas o processo de qualificação continuava a ser injusto. O continente inteiro disse basta.

 

18. 1956. Lisboa no centro do futebol africano

Congresso da FIFA foi a oportunidade perfeita para representantes de três países africanos desenharem aquilo que seria a CAF e a primeira edição da Taça das Nações Africanas. O Hotel Avenida entrou para a história.

 

19. Antes de Samuel Eto'o houve Pokou

O primeiro grande goleador africano. Contra a vontade do pai, continuou a jogar futebol até se tornar óbvio que era um dos maiores talentos da Costa do Marfim. Mais tarde jogou ao lado de Platini.

 

20. Salif Keita. A fuga para a Europa

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Cansado de ser maltratado após maus resultados no clube, sentiu que era altura de dar o salto. O governo não o deixava, por isso fugiu. Quando chegou a Paris, convenceu um taxista a percorrer 500 quilómetros até ao estádio.

 

21. Quénia. Correr muito no futebol mas ainda sem grande sentido

A maior potência olímpica do atletismo de fundo continua sem conseguir arrancar no futebol. Quase sem querer, fomos apanhados num esquema de empresários com fama de enganar jogadores.

 

22. Larbi Benbarek. A estrela que nasceu e morreu sem que alguém desse por isso

Foi a primeira grande estrela africana a jogar na Europa. Não se tem a certeza de quando nasceu ou morreu mas Pelé disse que era o Deus do futebol. 

 

23. Tobi Mimboe. Nunca se pergunta a idade a um senhor

Num espaço de dois anos, competiu com três datas de nascimento diferentes. A distância que separa a ficção da realidade é muito ténue no que lhe diz respeito. Diz que perdeu um dedo a lutar com um leão e tentou convencer Pedro Aldave a levar Geremi e Eto'o para o futebol paraguaio.

 

24. Asante Kotoko. A final perdida por falta de comparência

Carlos Alberto Parreira chegou ao Gana com 24 anos ao abrigo de um protocolo. Na primeira experiência como treinador, esteve quase a vencer a final da Liga dos Campeões de África. Um pequeno pormenor: a equipa não apareceu ao jogo de desempate.

 

25. Nii Aryee Ayi. O Viktor Navorski das Filipinas

Prometeram-lhe um contrato profissional em Singapura mas foi enganado. O impasse fez com que ficasse detido num aeroporto das Filipinas durante 47 dias. Fez amigos e conseguiu dar a volta por cima.

 

26. Nii Lamptey. Um talento precoce com uma vida infernal

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Ganês teve o mundo a seus pés com 16 anos mas partiu para uma espiral negativa. Perdeu dois filhos devido à mesma doença pulmonar e caiu nas mãos de um empresário que o explorava enquanto fazia saltar de equipa em equipa. Chegou a passar por Leiria.

 

27. ASEC Mimosas. A histórica revolução adolescente

Adeptos boicotaram o jogo, não acreditavam que uma equipa de miúdos pudesse vencer a Supertaça africana. Com uma média de idades de 16,9 anos, a geração de Kolo Touré, Didier Zokora e companhia surpreendeu o mundo.

 

28. Joseph Dosu. O campeão olímpico que se recusou a passar a vida numa cadeira de rodas

Sagrou-se campeão olímpico em Atlanta e tinha acabado de assinar um contrato com a Reggiana. Um acidente de viação tirou-lhe quase tudo, menos a fé.