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É Desporto

É Desporto

21 de Fevereiro, 2020

Hipismo-1924. A estreia de Portugal no medalheiro

Especial Jogos Olímpicos (Paris-1924)

Rui Pedro Silva

Aníbal Borges de Almeida

Antes de Telma Monteiro, Nelson Évora, Fernanda Ribeiro ou Carlos Lopes, houve Aníbal Borges D’Almeida, Hélder de Sousa Martins e José Mouzinho de Albuquerque. Os três portugueses faziam parte da equipa lusa que conquistou uma medalha (bronze) no Prémio das Nações por equipas na equitação. Foi o primeiro pódio de sempre de Portugal.

Aconteceu 12 anos depois da estreia. A morte de Francisco Lázaro, o primeiro atleta a representar Portugal numa edição dos Jogos Olímpicos, não foi um bom prenúncio mas em 1924, em Paris, o país conseguiu finalmente a sua estreia no medalheiro.

Os três atletas eram oficiais de cavalaria e faziam parte da comitiva mais numerosa de Portugal em Jogos Olímpicos até então: 28. Na prova de obstáculos, os três combinaram para uma penalização de 53 pontos, ficando apenas atrás dos 50 da Suíça e dos 42,5 da Suécia, que ganhou a medalha de ouro sem grande dificuldade.

«Embora se reunisse o melhor que frequenta as nossas pistas, eles estavam longe, bem longe mesmo, da categoria dos seus adversários e a nossa vitória mais se deve à alma dos nossos cavaleiros, à sua coragem inexcedível, à confiança absoluta em cumprir a sua missão, do que ao valor dos seus cavalos que, porque não dizê-lo, eram olhados com desprezo», escreveu Manuel Latino, o tenente-coronel que liderava a equipa, no relatório da participação nacional, citado pelo Diário de Notícias.

21 de Fevereiro, 2020

A dupla inesquecível de «Momentos de Glória»

Especial Jogos Olímpicos (Paris-1924)

Rui Pedro Silva

Harold Abrahams

Harold Abrahams e Eric Liddell compuseram uma dupla que ficou imortalizada no filme que retrata os caminhos que levaram aos Jogos Olímpicos de 1924, em Paris. Britânicos regressaram a casa com os títulos nos 100 e nos 400 metros e com uma medalha de bronze nos 200 metros.

O objetivo de Harold Abrahams era claro: tornar-se campeão olímpico dos 100 metros em Paris. Para isso, tinha um plano e fez o possível para não fugir um único centímetro à estratégia. Depois do fracasso nos Jogos Olímpicos de 1920, em Antuérpia, recorreu a Sam Mussabini com a intenção de precisar cada detalhe que seria necessário durante o hectómetro.

O arranque, a passada, a velocidade, tudo era importante na missão de Abrahams rumo ao ouro olímpico mas, por pouco, o inglês não teve oportunidade de expor todo o seu trabalho em pista: os resultados alcançados no salto em comprimento fizeram com que a seleção começasse por retirá-lo das provas de velocidade e destacá-lo na outra especialidade.

Abrahams fez finca-pé… em boa hora. Insistiu que queria correr os 100 metros e chegou a escrever, de forma anónima, uma queixa a um jornal britânico. O burburinho causado provocou a reviravolta na decisão e, à hora marcada, em Paris, lá estava Abrahams preparado para o hectómetro.

O esforço de meses surtiu efeito, com Harold a igualar o recorde olímpico de 10,6 segundos e a destronar a armada norte-americana rumo à medalha de ouro. Os britânicos poderiam ter contado com outro atleta na distância – o escocês Eric Liddell -, mas o facto de a final se disputar a um domingo provocou uma mudança de planos no devoto cristão.

Reorientando os objetivos para os 200 e 400 metros, Liddell regressou à Grã-Bretanha com duas medalhas: o título olímpico na distância maior e o bronze no duplo hectómetro. Abrahams não se deixou ficar e também acumulou a medalha de prata na estafeta dos 4x100 metros.

Praticamente seis décadas depois, a dupla – já morta – voltou a estar nas bocas do mundo graças ao filme «Momentos de Glória», que retrata tudo o que levou à participação nos Jogos Olímpicos de 1924. A película foi um sucesso de bilheteira – e entre a crítica – e ganhou um total de quatro Óscares – inclusive o de Melhor Filme - em seis nomeações.

O filme estreou três anos depois da morte de Harold Abrahams. Eric Liddell tinha morrido num campo de concentração japonês em 1945.