Maggie Nolting. Correr uma meia-maratona com dois apoios extra
Partir um pé não foi mais do que uma pedra no caminho que Maggie Nolting queria percorrer, por isso fez questão de participar na meia-maratona do Nevada. O tempo não foi o melhor mas ainda assim deixou 43 participantes para trás. É uma história de superação.
É só um pé partido
Maggie Nolting tinha um objetivo: correr uma meia-maratona no Nevada em maio. A atriz de Los Angeles de 24 anos sabia que era capaz e até tinha uma melhor marca pessoal digna: uma hora, 54 minutos e trinta segundos.
Mas ficou longe, muito longe, dessa marca. Quando terminou os poucos mais de 21 quilómetros, o cronómetro marcava três horas, 32 minutos e 13 segundos. Só falta mesmo dizer um pormenor: Nolting tinha partido o pé esquerdo umas semanas antes e fez a prova de muletas.
Maggie Nolting já tinha começado a treinar para a prova quando tudo aconteceu. À primeira vista, o objetivo tinha sido derrubado mas as palavras do médico foram… animadoras. Disse-lhe que podia continuar a fazer exercício desde que não colocasse peso sobre aquele pé.
Só que uma coisa é não fazer peso sobre o pé e limitar o corpo a pequenos exercícios aqui e ali. Outra é sujeitá-lo a 21 quilómetros de esforço intenso.
«Comecei a fazer tudo aquilo que fazia, mas só com uma perna. Só tinha de arranjar uma forma de consegui-lo», disse a atriz ao New York Times.
Começar a treinar com muletas foi o primeiro desafio. Começou com uma distância mais curta, depois foi aumentando: «Estava dorida, doíam-me imenso os pulsos, e as minhas axilas também. Estava cansada mas sabia que conseguia ir mais longe.»
«A coisa mais dura fisicamente que alguma vez já fiz»
O dia da prova chegou e, com ele, a estupefação de todos os que olhavam para uma mulher esguia de muletas junto à partida. «Muita gente na partida disse que estava maluca, que não ia conseguir», lembrou, acrescentando que tinha desenvolvido uma técnica especial.
«Se estiver apenas a andar, coloco as muletas e dou o passo com a minha perna boa. Mas se estiver a correr, faço uma sequência de muleta, perna e um impulso extra. Este impulso extra é a novidade… e funciona. Vai-se muito mais rápido», garante.
Daí até ser fácil é um longo caminho. De 21 quilómetros. «Foi a coisa mais dura fisicamente que alguma vez já fiz. Assim que começas, e é lento, doloroso a extenuante, o teu cérebro começa a perguntar-se se és doida. Mas tens de continuar a insistir», explica.
A insistência teve recompensa. Por volta dos onze quilómetros, começou a ouvir gente a dizer que não acreditava que tinha conseguido chegar tão longe. E uns metros depois até os polícias, que no início lhe tinham dito para contactar assim que fosse para desistir, lhe disseram que agora só se encontravam na meta.
O mais difícil estava feito
Confiança e capacidade de sacrifício nunca tinha faltado, mas agora o caminho estava ali à frente. O ritmo era bom, imposto pelo rock clássico que os headphones lhe gritavam ao ouvido para encontrar a batida perfeita, e as t-shirts a forrar as muletas para reduzir o desgaste das mãos faziam o trabalho possível.
Pelo meio, ia ultrapassando adversários. Há duas formas de ver as coisas: por um lado Maggie Nolting terminou a corrida no 1115.º lugar a mais de uma hora da sua melhor marca; por outro, estava de muletas e terminou à frente de 43 pessoas.
«Assim que cheguei, a minha perna estava dorida e fui rodeada de estranhos. Estava nervosa, a pensar que ia cair, mas tive de continuar a andar».
E Maggie continua. No Instagram, a atriz continua a partilhar fotos de treinos de muletas e ainda em recuperação.
RPS