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É Desporto

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21 de Abril, 2020

Irmãos Pettersson. A equipa de quatro que foi prata no contrarrelógio

Especial Jogos Olímpicos (México-1968)

Rui Pedro Silva

Gösta Petterson à direita

Gösta, Sture, Erik e Tomas eram quatro irmãos a representar a Suécia e brilharam na prova de contrarrelógio por equipas, em ciclismo de estrada, nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968, ficando apenas atrás da equipa holandesa liderada por Joop Zoetemelk. Depois, Gösta tomou-lhe o… gosto e garantiu o bronze na prova de estrada.

Gösta Artur Roland Pettersson nasceu a 23 de outubro de 1940. Sture Helge Vilhelm Pettersson nasceu a 30 de setembro de 1942. Erik Hakan Pettersson nasceu a 4 de abril de 1944. Finalmente, Rune Tomas Pettersson nasceu a 15 de maio de 1947.

Os quatro irmãos cresceram juntos, partilhavam uma paixão comum pelo ciclismo e os Jogos Olímpicos da Cidade do México foram a oportunidade perfeita para mostrarem ao mundo a sua qualidade… coletiva. O mais velho tinha 28 anos, o mais novo 21. Dificilmente poderiam voltar a ter um intervalo tão bom para fazer a diferença, por isso fizeram questão de pedalar para o estrelato.

Quatro anos antes, em Tóquio, os três irmãos mais velhos já tinham conquistado uma medalha de bronze na prova de contrarrelógio por equipas, com o «estranho» Sven Hamrin a surgir na posição de Tomas, na altura ainda com 17 anos.

Depois, em 1968, a 15 de outubro, na mesma prova, os quatro irmãos formaram exclusivamente a equipa sueca e garantiram a medalha de prata, concluindo os 104 quilómetros da prova em duas horas, nove minutos e 26 segundos. Podem ter ficado a quase um minuto e meio da Holanda, mas fizeram história… familiar e olímpica.

Os irmãos Pettersson não eram desconhecidos. Campeões do mundo em 1967 e 1968, sabiam perfeitamente as forças e fraquezas de cada um e desempenhavam as suas funções na perfeição. Tinham talentos diferentes e capacidades individuais muito distintas mas ali eram apenas um nome em prova: Pettersson.

Uma semana depois, na prova individual de estrada, Gösta voltou a demonstrar a razão para ser considerado o irmão mais talentoso e garantiu a medalha de bronze, atrás do dinamarquês Leif Mortensen e do italiano Pierfranco Vianelli.

A vida pós-olímpica mudou muito cada um deles. Depois de um terceiro e derradeiro título mundial em 1969, Gösta foi o único que conseguiu dar um verdadeiro salto para o profissionalismo, notabilizando-se nas grandes voltas: foi terceiro no Tour em 1970 e venceu o Giro em 1971.