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É Desporto

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25 de Junho, 2020

Chris Hoy. Bater um recorde olímpico todo esfolado

Rui Pedro Silva

Chris Hoy

Os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, fizeram com que Chris Hoy já não seja simplesmente conhecido pelo seu nome. Nascido na Escócia e inspirado pelos grandes atletas que via na televisão, este Sir esteve perto de ficar de fora do contrarrelógio de um quilómetro no ciclismo de pista por causa de um acidente. Mas não ficou. E o resto é história.

Nasceu em Edimburgo, em 1976, e baseou todos os seus interesses, ao crescer, no que via na televisão. Apaixonou-se pelas bicicletas por causa do filme ET de Steven Spielberg e passou para o ciclismo de pista quando viu o escocês Eddie Alexander a competir nos Jogos da Commonwealth em 1986.

As sementes estavam lançadas. Tinha apenas dez anos mas estava a pedalar rumo à imortalidade. Ano após ano foi evoluindo, dedicando-se cada vez com mais afinco, e as maiores recompensas começaram a chegar com a viragem do século: depois de uma medalha de prata nos Mundiais em 1999, fez parte da equipa britânica que terminou em segundo nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000.

Em Atenas, quatro anos depois, a fasquia estava muito mais elevada. Já somara títulos múltiplos e era um dos grandes candidatos ao triunfo na prova de contrarrelógio de um quilómetro. Tinha tudo para vencer menos… sorte. Em vésperas de competição, «despistou-se» ao volante de uma bicicleta e por pouco não foi atropelado por um autocarro.

No dia da prova, ainda visivelmente esfolado, seria o último ciclista a ir para a pista. Enquanto assistia, foi vendo o recorde cair uma, duas, três vezes. O objetivo podia parecer cada vez mais complicado, mas Hoy estava determinado a fazer história. E pedalou para isso desde a primeira volta, estabelecendo desde logo tempos mais rápidos do que os seus antecessores.

Com uma marca de um minuto e 0,711 segundos, Chris Hoy estabeleceu um novo recorde olímpico, deixou o pavilhão de pé e conquistou a primeira de seis medalhas de ouro olímpicas da sua carreira.

Tornou-se uma lenda do ciclismo de pista. Com sete medalhas em Jogos Olímpicos e 25 em Mundiais (11 delas de ouro), deixou de ser inspirado e passou a inspirador. Os seus feitos mereceram o reconhecimento da Rainha Isabel II de Inglaterra e em 2009, quando a sua carreira ainda estava longe de terminar, foi coroado cavaleiro e começou a responder pelo nome de Sir Chris Hoy.